A cidade através do espelho
uma leitura da cidade de Patos de Minas (MG) por meio de suas narrativas urbanas
Palavras-chave:
narrativas, cidade, cinema, representações, Patos de MinasResumo
A representação de uma cidade é construída a partir da imagem imaginada do urbano; ela é criada por seus próprios cidadãos, seus vizinhos e seus visitantes. A cidade pode ser representada de diversos modos, através de pinturas, textos literários, fotografias, filmes e muitos outros. Essas representações traduzem as transformações dos espaços físicos e simbólicos de uma cidade. Este trabalho desenvolveu uma leitura da cidade de Patos de Minas (MG) através de suas representações e narrativas urbanas, procurando reconhecer de que forma essas narrativas orientam a percepção desse núcleo urbano. A pesquisa investigou o filme “1968: A Capital do Milho” como uma linguagem representativa da cidade e da tecnologia temporal do momento de captura e edição de suas imagens, assim como instrumento de indução perceptiva coletiva. Procurou-se entender qual imagem o filme queria apresentar sobre Patos de Minas. Apesar de ser possível se ter um panorama geral sobre a cidade, sua estrutura urbana e suas manifestações culturais, o quanto essa representação constrói uma imagem manipulada da cidade de acordo com os interesses de quem encomendou e produziu o registro? Foram feitas comparações com outras linguagens representativas da cidade na época de 1950 e 1960, fotos, textos e notícias de jornais que colaboraram para a construção analítica sobre o filme em questão. Também foram mapeadas outras representações de Patos de Minas criadas após o filme de 1968 e foram identificadas as aproximações e os distanciamentos entre a cidade representada no filme “1968: A Capital do Milho” e a cidade vivida hoje por seus moradores, trazendo o trabalho para uma análise contemporânea.