Áreas de permanência para o descanso e o ócio em Patos de Minas (MG)

Resumo

A alta demanda para o desempenho das atividades cotidianas nas cidades e a condição contemporânea de excesso de informação e de falta de tempo para a diversidade de atividades além do trabalho podem se tornar danosas à saúde das pessoas, uma vez ocorrem a valorização do ritmo excessivo de trabalho e a desvalorização dos momentos dedicados ao descanso e ao ócio. Isto se dá principalmente em função da criação social do conceito de que o trabalho dignifica e ócio degrada a humanidade e está relacionado com a produção capitalista da sociedade e reflete invariavelmente na produção espacial, principalmente no que diz ao planejamento urbano e desenho das cidades. Observa-se que, quando a cidade não é produzida considerando as diversas necessidades humanas, os espaços coletivos e públicos são sistematicamente produzidos com exclusividade para dar suporte ao desempenho do trabalho e lucro, sendo que as áreas de descanso e lazer costumam ser reflexo das sobras de um processo de parcelamento do solo pouco ou nada humanizado. Essa forma de pensar a cidade não dá margem à produção mista do espaço que deveria prever locais para pausas assim como prevê para o trabalho. A pesquisa é desenvolvida com caráter descritivo exploratório a partir de reflexões conceituais baseadas nas referências bibliográficas e por meio de levantamento de campo na cidade de Patos de Minas (MG), objeto do estudo. Tem como objetivo geral a observação do seu espaço urbano para identificação da ausência de locais com destinação à prática do descanso e do ócio cotidianos de seus moradores, especialmente na região central, local onde o ritmo de vida contrapõe-se de modo considerável ao ritmo de descanso. Os resultados esperados são a criação de uma reflexão como suporte ao desenvolvimento de projeto de arquitetura de objetos como mobiliário e equipamentos urbanos com proposição de implantação em espaços estratégicos da cidade com a finalidade de permitir momentos de descanso e ócio à população e, ao mesmo tempo, refletir uma crítica à produção urbana contemporânea.