ENTRE IMAGENS E NARRATIVAS

UM OLHAR SOBRE AS SUBJETIVIDADES DOS LUGARES DE LAGOA FORMOSA - MG

Autores

  • Maria Clara Soares Fonseca Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Fernando Kennedy Braga Oliveira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Palavras-chave:

cidades pequenas, lugar, subjetividade, fotografia, vínculo

Resumo

O imaginário popular associa o conceito de cidade pequena com a imagem de uma vida pacífica, com segurança, facilidade de mobilidade, com uso do espaço público em detrimento do privado (de ruas e praças para lazer, por exemplo), e com um nível íntimo de relação entre os moradores. Contudo, na segunda metade do século XX, a urbanização mudou a dinâmica das cidades brasileiras: além do adensamento populacional, as mudanças nas conexões físicas e econômicas promoveram certa ruptura na distinção urbano/rural. Nesse contexto, as cidades pequenas se desenvolveram e foram incorporadas às dinâmicas globais do capital promovidas pela indústria e tecnologia. Essas demandas geraram mudanças no trabalho, na mobilidade e no projeto da cidade. As questões sociais também mudaram, mas diferente das anteriores, não foram muito incorporadas ao processo de entendimento do espaço urbano. Isso é ainda mais problemático no que diz respeito às dimensões da subjetividade na construção de relações dos sujeitos com lugares. Antes, a importância dessa construção era tão evidente que os ambientes rurais ou cidades pequenas eram os lugares da vida comunitária, da conexão com a natureza e da valorização das simbologias dos locais e da cultura. Hoje, os meios urbanos são espaços da liquidez, da impessoalidade e da individualidade. Nesse contexto, esta pesquisa pretende construir reflexões sobre a identidade dos lugares de Lagoa Formosa, cidade pequena de Minas Gerais. Para isso, pretende entender os processos de vinculação afetiva e construção da identidade de lugares em cidades pequenas; estabelecer certo histórico da formação de Lagoa Formosa, bem como um panorama dos aspectos das primeiras relações afetivas dos lagoenses com a cidade; e investigar os elementos urbanos e narrativas que, pelo olhar dos lagoenses, constituem vínculos subjetivos com a cidade. Metodologicamente, a abordagem conceitual e histórica foi feita por revisões bibliográficas e a coleta de dados dos vínculos afetivos foi realizada por meio de narrações guiadas por fotografias pertencentes aos lagoenses. Entende-se que as fotografias são registros de momentos importantes, e que as narrativas podem evidenciar seus vínculos com os espaços/lugares. A pesquisa revelou aspectos importantes para o entendimento do vínculo de pessoas com lugares. Nesse sentido, contribuiu para o entendimento do significado dos lugares, no entanto, quanto à abordagem histórica, não é suficiente para o direcionamento de políticas públicas de patrimonialização.

Publicado

2024-10-21

Edição

Seção

Resumos

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