Análise da força muscular do tornozelo e pressão plantar de indivíduos pós Acidente Vascular Encefálico (AVE)
Palavras-chave:
acidente vascular encefálico, força, tornozeloResumo
Introdução: O AVE é caracterizado por um conjunto de sinais relacionados com a área encefálica lesada, gerando espasticidade, perda de força muscular e destreza. Tudo isso leva a mudanças fisiológicas, mecânicas, funcionais e alterações musculares teciduais. Este trabalho teve por objetivo analisar o grau de força muscular do tornozelo plégico de indivíduos pós AVE e a pressão plantar do mesmo de maneira estática. Metodologia: Trata-se de um estudo analítico descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do UNIPAM, nº 3.167.822. Foram avaliados 5 pacientes pós AVE vinculados à Clínica de Fisioterapia do UNIPAM. Após o esclarecimento da pesquisa e a assinatura no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), os participantes realizaram o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), sendo necessária uma pontuação maior que 18. Em seguida, os Testes de Força e Resistência Muscular Manual foram aplicados para os músculos dorsiflexores, flexores plantares, inversores e eversores de tornozelo. Em seguida, a avaliação da pressão plantar no podoscópio foi realizada com os indivíduos em posição ortostática sobre o mesmo. Resultados: Diante do teste de força realizado, os músculos dorsiflexores e flexores plantares tiveram média 3,0 (± 1,225) e 3,2 (± 0,837) de grau de força e resistência muscular respectivamente e os músculos inversores e eversores, média 1,8 de grau de força e resistência muscular. Quando analisada a pressão plantar no podoscópio, foi possível observar que todos os indivíduos (100%) apresentaram alterações como adução dos artelhos, inversão e flexão plantar do pé plégico e ausência de alterações no pé não plégico. Discussão: Guimarães e Liebano (2013) discorrem que, quando citamos a força muscular do complexo do tornozelo em indivíduos que sofreram AVE, os músculos que realizam a dorsiflexão podem estar atingidos devido à espasticidade dos músculos flexores plantares e inversores, a causa do pé equinovaro. Em complemento Schuster et al. (2008), relatam que isso ocorre devido ao déficit de força muscular de flexores plantares e da musculatura intrínseca do pé, redução na ação motora, distúrbios de coordenação muscular, deficiência sensorial e insuficiência na transferência de peso sobre o membro parético. Conclusão: A análise dos graus de força apresentados pelos pacientes e os picos de pressão plantar permitem um melhor entendimento do mecanismo patológico do complexo neuromusculoesquelético do tornozelo e pé plégico. Com a realização deste estudo, foi possível verificar que os indivíduos pós AVE possuem uma diminuição de grau de força muscular do complexo do tornozelo e que devido a isso apresentam acometimentos em outros aspectos, como posicionamento do pé quando avaliado na postura estática.