Estudo farmacognóstico de Lychnophora ericoides (arnica)
Resumo
As plantas contêm princípios ativos capazes de curar diversas doenças, além disso, elas apresentam- se como fonte de produtos biologicamente ativos, muitos do quais se constituem modelos para a síntese de fármacos. Dentre as espécies medicinais brasileiras, encontra-se Lychnophora ericoides Martius, a Arnica, nome originalmente atribuído à espécie Arnica montana L. (Asteraceae), nativa da Europa e extensivamente utilizada na medicina tradicional daquele continente no tratamento de contusões, inflamações, dores musculares e reumáticas. Este trabalho teve como objetivo geral preparar o pó e a tintura de Lychnophora ericoides e avaliar sua qualidade através de análises físico- químicas. As partes aéreas da Arnica foram coletadas no município de Presidente Olegário, MG. Após coleta foram colocadas em papel manteiga e secas a temperatura ambiente sendo posteriormente reduzidas a pó com trituração em liquidificador, simulando o moinho de facas. Com o pó obtido, realizou-se a análise granulométrica, conforme metodologia da Farmacopeia Brasileira 5° edição, determinou-se a perda por dessecação utilizando um dessecador da marca Mettler Toleto modelo HB43 e também a densidade aparente não compactada. Para a produção da tintura, pesou-se 100g da droga em um béquer de vidro envolto por papel alumínio e adicionou-se álcool etílico 70°GL. Essa mistura foi colocada em agitador mecânico, ficando ligado 12 horas/dia, durante 4 dias, o que foi caracterizado como um ciclo da extração. A mistura foi então filtrada e, ao restante do material vegetal adicionou-se mais solvente, iniciando o processo de extração. Após 8 ciclos completos, o volume final de tintura foi reduzido para 500mL, utilizando-se um rotaevaporador. As características físico-químicas da tintura, tais como: características organolépticas, teor alcoólico, densidade relativa, pH e porcentagem de resíduo seco total foram determinadas conforme metodologia de Melo (2009). Todas as análises foram realizadas em triplicata e calculado a média. Com o ensaio de determinação da granulometria, verificou-se 54,63% das partículas possuíam diâmetro médio de 2000 µm, o que levou à classificação do pó como pó grosso (BRASIL, 2011). A média dos valores de densidade aparente não compactada foi de 0,0648g/mL. A perda por dessecação apresentou um valor de 8,55%, estando dentro dos valores permitidos pela Farmacopeia Brasileira. A coloração da tintura foi de cor marrom a âmbar e o odor foi classificado como característico. O teor alcóolico da tintura foi de 39,6°GL, do pH foi de 5,11 e da densidade relativa foi de 0,9538g/mL. O resíduo seco apresentou um resultado de 1,28%. Os resultados obtidos com o pó e a tintura de L. ericoides apresentam padrões de qualidade, segundo critérios farmacopéicos e não-farmacopéicos.