Usuários de álcool, crack e outras drogas, cadastrados no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas
onde estão?
Resumo
Tendo em vista que houve um aumento nos índices de pessoas que fazem uso de drogas pelo mundo todo, e que as consequências biológicas desta ação, sejam sociais, físicas e psicológicas tornaram-se um importante problema de saúde pública. Os CAPS/AD têm cumprindo sua função no planejamento e implementação de inúmeros subterfúgios na tentativa de diminuir os riscos e danos ocasionados pelo uso excessivo de substâncias químicas, possibilitando assim a fortificação de fatores como a proteção da saúde, prevenção e tratamento. Este estudo objetivou caracterizar a população de usuários do CAPS/AD, bem como localizá-los após o período de tratamento quanto à condição atual. Tratou-se de uma pesquisa descritiva, quanti-qualitativa, do tipo documental, baseada em fonte de dados primários disponibilizados nos prontuários do CAPS/AD. Os dados foram coletados por meio de um questionário semi-estruturado, revisão de prontuário e busca ativa. Estes dados receberam tratamento analítico descritivo. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário de Patos de Minas, sob número 46482114.1.0000.5549. Para conhecer a situação atual dos pacientes, foram coletadas informações de 104 pacientes cadastrados no CAPS/AD no período de abril de 2013 a abril de 2015. Destes, 78% eram do sexo masculino e 22% do sexo feminino, com idades entre 14 e 65 anos, sendo 64% solteiros e 45% apresentaram ensino fundamental incompleto, 76% declararam sem religião e 43% desempregados. Cabe ressaltar que 36% dos pacientes foram acolhidos como demanda espontânea e 35% deles encaminhados por familiares. A maioria (56%) fazia uso de múltiplas drogas. Atualmente, dos 104 pacientes, 44% abandonaram o tratamento, destes 33% estão em uso abusivo, 6% se encontram presos, 15% internados em comunidades terapêuticas, 20% estão abstinentes e 26% não foram encontrados. Os dependentes químicos estão propícios em experimentar algumas das expressões das questões sociais. Destas expressões, evidenciam-se a desnutrição, o desemprego, a precarização dos serviços de saúde, a sub-habitação e outros problemas que os atingem, em especial aqueles com baixo poder aquisitivo, sobre o qual recaem de maneira mais intensa as mazelas sociais. Concluiu-se, portanto, que grande parte dos pacientes não adere ao tratamento proposto no CAPS/AD em decorrência das próprias vulnerabilidades sociais, da falta de apoio familiar e das fragilidades encontradas na rede de atenção a saúde e o seu papel na reinserção social destes pacientes.