Análise da marcha de mulheres hemiplégicas pós-AVE com e sem o uso de órtese tipo ankle foot orthosis
Resumo
Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma manifestação clínica, de grande implicação epidemiológica, que provoca prejuízos das funções sensitivas, motoras, cognitivas e de linguagem, além de déficit de equilíbrio e da marcha. Resulta em limitação na realização das atividades de vida diária, restrições na participação social e, consequentemente, piora da qualidade de vida. No que se refere à marcha, a órtese é um dos diversos recursos fisioterapêuticos utilizados para melhorar a qualidade da locomoção e mobilidade funcional. Nesse estudo, procurou-se analisar o padrão da marcha e as variáveis hemodinâmicas em mulheres hemiplégicas pós-AVE, com e sem o uso de órtese do tipo Ankle Foot Ortheses. Método: Trata-se de um estudo transversal, observacional com uma amostra constituída por quatro mulheres com diagnóstico de hemiplegia à esquerda pós-AVE. A estratégia de avaliação consistiu na aplicação do Teste de Caminhada de Seis Minutos, Escala de Borg Modificada e Mini Exame do Estado Mental. A pesquisa foi previamente aprovada pelo CEP sob N°2.000.689. Resultados: Após a realização dos testes foi possível constatar os efeitos positivos da utilização da órtese. Esse recurso proporcionou uma melhor capacidade cardiorrespiratória nos indivíduos. Além disso, registrou um aumento nas variáveis: passos por minuto, comprimento da passada, distância percorrida, velocidade do membro isolado e velocidade da marcha com o uso de órtese após o teste. Conclusão: É notória a importância da órtese como um dispositivo auxiliar na intervenção fisioterapêutica durante o processo de reabilitação do indivíduo com sequelas de AVE. Sua correta prescrição e treinamento adequado pode melhorar o padrão e a velocidade da marcha, bem como as variáveis hemodinâmicas. Mais estudos se fazem necessários para efetivar os benefícios do uso da órtese tipo AFO no tratamento de pacientes hemiplégicos.