Infantilização do idoso
Resumo
O aumento da população idosa é um fenômeno mundial que provoca transformações no âmbito político, econômico, social, de saúde e familiar. O presente trabalho foi escrito com objetivo de compreender a respeito da infantilização do idoso, para contribuir e esclarecer sobre essa temática junto à família e às instituições que os acolhem. Também desvelar a percepção de familiares sobre a autonomia da pessoa idosa e analisar a literatura existente sobre a preservação dos aspectos éticos e as implicações que o cuidado excessivo traz. Revisão bibliográfica em artigos científicos nas áreas de Gerontologia e Psicogerontologia do período de 2002 a 2012 nos mostrou que: a infantilização não é percebida na maior parte das vezes por quem pratica e tira do idoso sua capacidade de individualidade, e o anula como ser desejante, subjetivo e que possui direitos e deveres. As pessoas podem vivenciar o envelhecimento tanto com saúde e proatividade, quanto em condições debilitantes levando à perda da autonomia e à dependência física. Certas condições de saúde podem tornar o idoso dependente, requerendo cuidados. Quando a pessoa idosa é vista como improdutiva e dependente, interfere na relação de cuidado, uma vez que, o cuidador pode se referir ao idoso como “criança grande”. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo, abordar a temática, infantilização do idoso e orientações para com o cuidador. A concepção da cultura brasileira sobre o idoso e o envelhecimento, coloca-o na posição de ser frágil, incapaz e inapto às atividades cotidianas. Por demandarem, muitas vezes, de cuidados físicos, são comparados e colocados numa posição de equiparidade à criança. Tal postura afeta na atitude da família do idoso, das pessoas com as quais convive e dos denominados cuidadores de idosos, levando-os a tratar o idoso como se tratassem a uma criança, o que fica evidente pela linguagem infantilizada usada na comunicação, no uso de autoridade para tomar decisões sem considerar as opiniões e escolhas do idoso, ou ao optar por fazer algo que o idoso até sabe fazer, mas que realiza com dificuldade. O contexto familiar precisa fornecer condições para que ele se sinta integrante e participante daquilo que compete àquela família. A autonomia deve ser estimulada por meio de ações simples como: a escuta ativa, a singularidade do envelhecimento, a história de vida, as opiniões e suas capacidades. Reforçar o autogoverno é primordial para que o idoso alcance qualidade de vida. Dessa forma, as ações de cuidados aos idosos devem estar pautadas no respeito mútuo entre o cuidar e o ser cuidado, buscando o bem- estar, tendo como objetivo um cuidado personalizado, com a participação efetiva do idoso.