Intervenção psicológica à gestantes
contribuições do grupo terapêutico
Resumo
Diversos e distintos são os significados atribuídos à gestação, conforme as singularidades da gestante e de sua família. Independente das circunstâncias pessoais, familiares e sociais que envolvem a mulher grávida, esta necessita compartilhar sua história e suas percepções, bem como, ser acolhida de forma integral pelas instituições e pelos profissionais que lhe prestam assistência, possibilitando-lhe uma vivência mais plena e saudável da gestação, do parto e da maternidade. A gestação constitui-se num período de maior vulnerabilidade, sendo, portanto, propício ao desenvolvimento de ações preventivas e de promoção à saúde. A criação e a participação em grupo de gestantes oferece suporte para uma vivência plena do período grávido e puerperal, bem como, o preparo para a maternidade e a paternidade. A convivência grupal, através de um jogo de iguais, cria a possibilidade de elaborar sentimentos em relação ao momento vivido, ressignificando suas experiências. A oportunidade de trocar saberes e vivências sobre as etapas do processo de nascimento, de se familiarizar com um ambiente parecido ao que poderá acontecer no parto, de expressar sentimentos e medos, conhecer experiências e refletir sobre situações semelhantes às suas, possibilita às participantes fortalecerem seus recursos pessoais. Desta forma este trabalho busca realizar uma revisão bibliográfica da literatura nacional sobre a utilização de grupos terapêuticos com gestantes. Foram utilizadas as palavras- chave “gestantes” e “grupo” nas seguintes bases de dados: Scielo, Pepsic, e Lilacs. Foram selecionados apenas artigos científicos, no idioma português, dos últimos 5 anos, que estivessem disponíveis na íntegra e contemplassem a intervenção psicológica com gestantes. Foram encontrados oito artigos após a seleção. Após análise, foram observados que apresentam como objetivos: promover o conhecimento grupal, integrar, descontrair, criar um clima de trabalho, facilitar a expressão de vivências pessoais, apresentar os aspectos emocionais de cada trimestre da gestação, estimular a alimentação saudável, orientar sobre a amamentação e cuidados com o bebê, informar sobre os sinais do trabalho de parto e os tipos de parto, apresentar as formas de comunicação entre mãe e filho durante a gravidez, fortalecer a relação mãe-bebê, refletir sobre os sentimentos contraditórios da gestação, discutir sobre o imaginário social em relação à gestação e ao bebê que irá nascer, refletir sobre a vivência do pós-parto, ressaltar o papel da rede de apoio, informar sobre como reconhecer e tratar a depressão pós-parto, e orientar e esclarecer dúvidas referente a sexualidade durante a gestação. Entre os principais resultados, identifica-se o fortalecimento psíquico das gestantes para lidar com as variações emocionais inerentes ao período da gravidez, além de auxiliá-las na resolução de problemas pessoais e relacionais. Além disso, evidenciou-se o papel preventivo do trabalho psicológico em relação ao desenvolvimento de psicopatologias no pós-parto. Concluiu-se que as intervenções psicológicas em grupos terapêuticos possibilitam um espaço importante de apoio às gestantes, oferecendo um espaço de escuta e troca de experiências, além de favorecer o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais, melhorando as relações.