Alterações fisiológicas endometriais – imaginologia e histologia
Resumo
Introdução: O útero sofre modificações durante o ciclo menstrual, decorrentes das variações cíclicas dos hormônios estradiol e progesterona. Esse órgão é constituído por três camadas: perimétrio, miométrio e endométrio. A mucosa do útero, denominada endométrio passa pelas fases: proliferativa, secretora e menstrual. Objetiva verificar as alterações fisiológicas do endométrio no ciclo menstrual, descrevendo as modificações observadas no Ultrassom Transvaginal (US) e no esfregaço histológico. Método: O trabalho foi realizado por meio de uma revisão sistemática com pesquisa bibliográfica de caráter exploratório e descritivo. Foi realizada revisão de literatura nas bases de dados SciELO e PubMed. A partir de então, realizou- se uma pesquisa seccional em bibliotecas virtuais e periódicos, com os descritores “alterações endometriais”, “ciclo menstrual”, “ultrassonografia”, “histologia”. Resultados: A diminuição dos estímulos hormonais sobre o endométrio caracteriza a fase menstrual, com isso, há descamação gradativa da camada funcional com constrição e ruptura de vasos sanguíneos. No US a camada basal é irregular, apagada ou não, com conteúdo líquido heterogêneo/ hemático (coágulo). No início da fase proliferativa, o endométrio está praticamente todo descamado. Mas, o estrogênio faz com que as células da camada basal se proliferem, restabelecendo a estrutura endometrial. As células epiteliais reconstituem as glândulas compostas por células colunares não secretoras que se multiplicam ativamente, migrando e refazendo o epitélio superficial restaurando a mucosa descamada. No US na fase proliferativa, o endométrio mostra-se mais fino e já no período periovulatório, fica espessado adquirindo aparência trilaminar. Na fase secretora, após a ovulação, a progesterona estimula a secreção das glândulas endometriais e a retenção de água pelo estroma. Este torna-se edemaciado e as glândulas apresentam a luz dilatada e contorno tortuoso para secreção de mucopolissacarídeos. Não é observada proliferação celular, nas glândulas ou no estroma. Ao US o endométrio perde o padrão trilaminar se tornando ainda mais espesso, homogêneo e hiperecogênico devido ao edema estromal e à distensão glandular. Conclusão: O US é o método de primazia no estudo uterino, pois possibilita observar a espessura endometrial, associando seu aspecto com as fases do ciclo menstrual, o que pode ser complementado pela análise microscópica das estruturas características desse órgão.