Atividade antioxidante de Sabicea brasiliensis altera o metabolismo das purinas na vasculatura
Resumo
Introdução: As purinas circulantes e a ativação de receptores purinérgicos específicos estão implicados no controle do tônus vascular e da pressão arterial. A Sabicea brasiliensis, conhecida como “sangue-de-Cristo”, exibe propriedades bioativas no controle da pressão arterial, entre outros processos. O presente estudo avaliou o potencial antioxidante do extrato bruto e frações de raízes de Sabicea brasiliensis e seu efeito sobre a hidrólise de ATP e ADP em células musculares lisas vasculares. Métodos: Por esgotamento com metanol, obteve-se o extrato bruto (EB) das raízes de S. brasiliensis. A partir da partição do EB com n-hexano e acetato de etila, obteve-se as frações acetato de etila (AE) e hidrometanólica (HM). As atividades antioxidantes foram determinadas pelos métodos DPPH e ABTS+ nas concentrações de 62,5; 125; 250 e 500 μg·mL-1 de EB, AE e HM. O conteúdo fenólico total foi determinado pelo método de Folin- Ciocalteau. Linhagens celulares de músculo liso de aorta (A7r5) foram tratadas com a fração AE nas mesmas concentrações anteriores. As atividades de hidrólise de ATP e ADP foram avaliadas pela liberação do fosfato inorgânico. Resultados: Observou-se uma maior atividade antioxidante na concentração de 500 μg·mL-1, sendo o desempenho mais alto detectado para o EB (76%), seguido das frações AE (46%) e HM (23%). Ainda, a atividade antioxidante determinada por DPPH e ABTS no EB, AE e HM apresentou uma correlação positiva com o conteúdo fenólico total (R2=0,99 e R2=0,90, respectivamente, p <0,05), sugerindo que a provável redução dos radicais DPPH se deva à capacidade de doação de hidrogênio dos compostos fenólicos presentes nessas amostras. A fração AE inibiu a hidrólise do ATP nas células em 56% na concentração máxima testada. Conclusão: Os resultados mostram que os extratos das raízes da S. brasiliensis apresentam poder antioxidante significativo e a fração AE altera a hidrólise de ATP, modulando os níveis de purinas na vasculatura. A modulação da sinalização purinérgica em indivíduos hipertensos mostra-se promissora no controle desta patologia e nosso estudo poderá oferecer resultados que sinalizem o uso de S. brasiliensis em terapias anti-hipertensivas.