Sacroileíte secundária ao uso de isotretinoína

Resumo

A isotretinoína apresenta propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras, atuando principalmente no tratamento de acne vulgar. Sua terapia sistêmica apresenta diversos efeitos colaterais incluindo o sistema musculoesquelético, tendo como principal exemplo a inflamação dolorosa da articulação sacroilíaca. A sacroileíte é multifatorial e associada ao uso de isotretinoína em combinação com o polimorfismo genético. O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos colaterais musculoesqueléticos do tratamento sistêmico com isotretinoína e a sua relação com o desenvolvimento da sacroileíte. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada através da estratégia PICO para a elaboração da questão norteadora. Buscaram-se artigos publicados no período de 2016 a 2023 nas seguintes bases de dados bibliográficos: BVS, PubMed MedLine, SciELO, EBSCOHost, Google Scholar e CDSR. Realizou-se o cruzamento dos descritores “isotretinoína”; “sacroileíte”; “evento adverso”; “dor musculoesquelética”; totalizando-se 34 artigos encontrados, dos quais 09 artigos preencheram os critérios de inclusão e foram selecionados e analisados. Constatou-se que a isotretinoína apresenta características detergentes que alteram estruturalmente a membrana lisossômica e sensibilizam a articulação à degeneração, gerando maior susceptibilidade à sacroileíte. Os estudos mostraram que a sacroileíte se desenvolve após cerca de três meses do início terapêutico com isotretinoína, tendo resolução do quadro quando a terapia é interrompida. Foi observada uma maior frequência da sacroileíte em pacientes com lombalgia pregressa, sobretudo mulheres, com sintomatologia inflamatória relacionada à dose de isotretinoína. Conclui-se a importância da monitorização dos pacientes que utilizam isotretinoína, identificando precocemente sintomas relacionados à sacroileíte e adotando medidas terapêuticas adequadas, visando à qualidade de vida dos pacientes.