Efeito da categoria animal sobre a reprodução de matrizes nelore em programas de IATF
Palavras-chave:
IATF, multíparas, nulíparas, perda gestacional, primíparasResumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos das categorias de animais nulíparas (novilhas que ainda não tiveram cria), primíparas (com apenas uma cria) e multíparas (com várias crias) sobre a taxa de concepção aos 30 dias e as perdas gestacionais aos 90 e 240 dias. Foi utilizado a análise de dados retrospectivos na estação de monta 20/21 na Fazenda Porto Velho, localizada em Cristalina - GO. Suas atividades consistem no sistema de produção de integração lavoura pecuária (ILP). É uma pecuária de corte onde faz a cria e recria no sistema de produção intensivo, semiextensivo e extensivo. Foram avaliadas 483 fêmeas com idades entre 12 e 60 meses, divididas em três grupos: Grupo 1 (168 Nulíparas), Grupo 2 (152 Primíparas) e Grupo 3 (168 Multíparas). Os animais foram submetidos a um protocolo de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) com duração de 10 dias. O diagnóstico de gestação para avaliar a taxa de concepção foi realizado aos 30 dias pós-IATF, e a confirmação das perdas gestacionais ocorreu aos 90 e 240 dias, ambos por ultrassonografia. A taxa de concepção e as perdas gestacionais por categoria foram avaliadas utilizando o teste Qui-quadrado no programa Excel. Os resultados mostraram que o Grupo 1 (nulíparas) teve uma taxa de concepção de 33,53%, enquanto o Grupo 2 (primíparas) e o Grupo 3 (multíparas) apresentaram 50,66% e 70,55% na primeira IATF, respectivamente. No entanto, em comparação com o Grupo 3 (multíparas), o Grupo 1 (nulíparas) não apresentou diferença estatística significativa (p > 0,05). No diagnóstico de gestação aos 240 dias para detectar perdas gestacionais, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre o Grupo 1 (nulíparas), Grupo 2 (primíparas) e Grupo 3 (multíparas) (P < 0,05). No entanto, o Grupo 2 (primíparas) apresentou uma taxa de perda gestacional mais elevada, 25,55% (35:137), em comparação com as Grupo 1 (nulíparas) 23,24% e Grupo 3 (multíparas) 11,97%. A baixa taxa de concepção nas nulíparas após 30 dias pode ser explicada pela ineficiência do corpo lúteo na síntese de progesterona em concentrações suficientes para manter a gestação, devido à imaturidade do sistema reprodutivo das fêmeas jovens. Quanto ao diagnóstico de 240 dias, as primíparas justificaram seus resultados devido à maior demanda energética, não apenas para a reprodução, mas também para seu próprio crescimento e desenvolvimento corporal. As multíparas apresentaram menores índices de morte fetal devido à menor necessidade de energia para o desenvolvimento corporal, uma vez que já atingiram a idade adulta, permitindo que mantenham a gestação e o peso corporal com adequada nutrição. A categoria animal influencia a taxa de concepção e as perdas gestacionais, com multíparas tendo altas taxas de concepção na primeira IATF em comparação com nulíparas e primíparas. Além disso, as multíparas mostraram taxas mais baixas de perdas gestacionais, demonstrando sua eficiência reprodutiva.