Avaliação bromatológica do capim elefante (Pennisetum purpureum) cv. Paraíso in natura e em diferentes tempos de ensilagem
Palavras-chave:
análise bromatológica, capim Paraíso, silagem de capim, tempos de aberturaResumo
A bovinocultura brasileira é baseada no uso de pastagens e sua qualidade e disponibilidade é determinada principalmente pela estacionalidade produtiva, tendo produção abundante e de alto valor nutricional na estação chuvosa e ocorrendo o contrário na estação seca. Por meio de técnicas de conservação, como a ensilagem, o excesso de forragem produzida na época chuvosa pode ser utilizado para suplementação na estação seca, e a produção de silagem a partir de gramíneas tropicais apresentam vantagens como alta produção, menor custo por tonelada, baixo risco de perdas e maior flexibilidade de colheita. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi realizar a análise bromatológica do capim-elefante cv. Paraíso in natura e em três tempos de ensilagem. O corte da forrageira foi realizado com 3,6 metros e aproximadamente 150 dias de idade, sendo posteriormente triturado em partículas de 2 a 5 cm e compactado em silos experimentais de PVC. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com 4 tratamentos: capim-elefante in natura; 30; 45; e 60 dias de ensilagem, com 5 repetições por tratamento. Foram realizadas análises de pH, matéria seca, cinzas, proteína bruta, fibra insolúvel em detergente neutro e fibra insolúvel em detergente ácido. Os dados foram submetidos à análise de variância e caso significativas, as médias foram comparadas pelo teste de regressão utilizando 5% de probabilidade para o erro do tipo I. A fermentação nos primeiros dias propiciou uma rápida queda no pH da silagem, que se manteve até o período final do experimento entre 3,7 e 3,9, mostrando uma adequada conservação do material e reduzindo riscos de deterioração. O teor de matéria seca aumentou aos 30 dias de ensilagem e permaneceu estabilizado entre 32 e 33% até os 45 dias, sugerindo que houve perdas mínimas por gases e efluentes nesse período. Os teores de proteína bruta variaram de 5,9 a 7,9% com menor teor aos 60 dias, sendo observado aumento nos primeiros 30 dias e posterior queda, com melhores teores entre 30 e 45 dias de conservação. O teor de FDN mostrou queda até 45 dias de ensilagem, passando de aproximadamente 77% para 72%, e depois estabilizou-se. Já a FDN apresentou aumento linear durante todo o processo fermentativo, chegando a 57% aos 60 dias de ensilagem. Conclui-se que a ensilagem do capim-elefante cv. Paraíso entre 30 e 45 dias apresenta a melhor composição nutricional quando se considera todos os parâmetros avaliados.