Perfil dos tutores de gatos e conhecimento dos clínicos veterinários sobre bem-estar e enriquecimento ambiental
Palavras-chave:
comportamento felino, manejo clínico, avaliação de dor em felinos, manejo domiciliar do felinoResumo
O gato doméstico se destaca por seu comportamento peculiar em comparação a outros animais, como os cães, demonstrando alterações faciais e corporais que indicam seu estado de conforto ou estresse em diversas situações. Assim, a promoção do bem-estar animal e a adoção de práticas de enriquecimento ambiental são essenciais para minimizar situações de estresse e desconforto tanto em ambientes domésticos quanto em clínicas veterinárias. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento e a conscientização dos tutores de gatos e médicos veterinários sobre as principais necessidades de bem-estar dos felinos, abrangendo desde o manejo alimentar, ambiente doméstico, higiene e comportamento até a capacidade de identificar sinais de desconforto, dor e condições médicas comuns. Para os tutores, foram elaboradas 10 questões em um questionário online na plataforma Google Forms, seguido da disponibilização de um documento informativo sobre o manejo domiciliar em gatos. Para os médicos veterinários, o questionário, composto por 13 perguntas, foi aplicado presencialmente em clínicas veterinárias, seguido da entrega de um folder informativo contendo atualizações e orientações sobre o manejo clínico de felinos. Durante o período de aplicação dos questionários, foram entrevistados 190 tutores de gatos e 43 médicos veterinários participaram da pesquisa. Observou-se que os tutores demonstraram preocupação com o bem-estar de seus animais, evidenciado pelo fato de a maioria deles providenciar brinquedos, considerados práticas de enriquecimento ambiental, além dos cuidados com higiene, acesso à água e alimentação. Adicionalmente, a maioria dos felinos analisados não apresentou comportamentos indesejáveis. No que diz respeito aos médicos veterinários, a questão que gerou mais erros foi relacionada à contenção, onde 41,51% dos participantes indicaram erroneamente que segurar o animal pela pele do pescoço seria uma prática adequada. No entanto, em questões sobre avaliação de dor, como postura, conforto e atividade, os resultados foram satisfatórios, com taxas de acerto de 62,79%, 48,84% e 86,05%, respectivamente. Apesar dos resultados positivos, ainda há espaço para melhorias no manejo de felinos, visando proporcionar um atendimento mais eficaz por meio da implementação de práticas de bem-estar animal e métodos de enriquecimento ambiental.