Efeito da alteração de ordem de ordenha em parâmetros fisiológicos e comportamento de vacas leiteiras
Palavras-chave:
Escore comportamental, Manejo de ordenha, Termografia ocularResumo
O estresse induzido pode resultar em uma redução significativa na produção de leite de animais que produzem entre 15 e 40 quilos de leite por dia, com uma diminuição estimada entre 17% e 22%. O estresse pode se manifestar de várias maneiras, sendo fundamental avaliar diversos fatores em conjunto ao invés de analisá-los individualmente. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da alteração da ordem de ordenha nos parâmetros fisiológicos e comportamentais de vacas em lactação. O experimento foi conduzido com 21 vacas Holandesas ¾ em lactação, divididas em três grupos de sete animais cada: Grupo A, composto pelos sete primeiros animais da ordem padrão de ordenha; Grupo B, composto pelos sete animais ordenhados no meio da linha de ordenha; e Grupo C, composto pelos sete últimos animais da linha de ordenha. Durante nove dias, os grupos foram submetidos a uma alteração na ordem de ordenha, com animais do Grupo A sendo ordenhados em uma posição diferente, animais do Grupo B sendo ordenhados tanto primeiro quanto por último, e animais do Grupo C mudando da última para a primeira e a posição intermediária na linha de ordenha. Para avaliar os efeitos dessa alteração no manejo, foram mensurados os seguintes parâmetros: frequência respiratória, temperatura retal, temperatura ocular e escore comportamental. A frequência respiratória foi medida pela observação dos movimentos respiratórios por minuto no flanco do animal, enquanto a temperatura retal foi medida com um termômetro clínico digital inserido no reto do animal. A temperatura ocular foi avaliada com o uso de uma câmera termográfica, tirando-se a média das imagens dos globos oculares esquerdo e direito. O escore comportamental foi avaliado em uma escala de 1 a 5. Os animais do Grupo B apresentaram aumento na frequência respiratória quando ordenhados em uma posição diferente da habitual, passando de uma média de 38,76 movimentos por minuto para 47,43 movimentos por minuto. Os animais dos Grupos A e C mostraram alterações nos parâmetros de temperatura retal e ocular, respectivamente, quando a ordem de ordenha foi modificada. Foi observada uma correlação moderada (0,31) entre a temperatura retal e a temperatura ocular. Quanto ao comportamento, não houve influência significativa na alteração do escore nos grupos, embora três vacas primíparas tenham apresentado piora no comportamento. Portanto, a alteração no manejo pode afetar o desconforto dos animais, refletindo em mudanças nos parâmetros fisiológicos, e a termografia ocular pode ser uma alternativa razoavelmente confiável para substituir a medição da temperatura retal.