Perfil epidemiológico da leishmaniose visceral humana no estado de Minas Gerais
Palavras-chave:
Leishmania infantum, saúde pública, zoonoseResumo
A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose de grande relevância para a saúde pública, considerada uma das seis endemias prioritárias no mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua expansão em áreas urbanas é preocupante, atribuída às alterações no ambiente natural. Este estudo teve como objetivo analisar a ocorrência de casos de leishmaniose visceral em humanos no estado de Minas Gerais, utilizando dados de atendimentos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2017 a 2022. Foram coletadas informações sobre ano, sexo, município de infecção, idade, escolaridade, zona de residência, coinfecção HIV e evolução do caso. Os resultados revelaram um total de 2.336 casos humanos de leishmaniose durante o período estudado, com Belo Horizonte apresentando a maior prevalência. Observou-se que a maioria dos casos (64,7%) ocorreu em indivíduos do sexo masculino. Quanto à faixa etária, adultos entre 40 e 59 anos foram os mais afetados, seguidos por crianças entre 1 e 14 anos. A escolaridade demonstrou influenciar na ocorrência da doença, com maior incidência entre pessoas com menor nível de escolaridade. Além disso, a zona urbana foi a mais afetada, representando 50,60% dos casos. Diante desses resultados, conclui-se que a leishmaniose humana é uma preocupação significativa para a saúde pública, com maior incidência em pessoas do sexo masculino, crianças e adultos de faixas etárias específicas, além de uma relação direta com o baixo nível de escolaridade e a residência em áreas urbanas. Portanto, investir em educação sanitária, especialmente para populações vulneráveis, é crucial para mitigar a propagação da doença e melhorar a saúde da população.