Leishmaniose visceral em cão da raça Pug
relato de caso
Palavras-chave:
controle de zoonoses, monitorização veterináriaResumo
A convivência entre humanos e animais, como cães e gatos, traz inúmeros benefícios, incluindo a redução do estresse e a melhoria na comunicação de pessoas doentes. No entanto, essa proximidade também contribui para o aumento de animais abandonados, o que resulta em um aumento das zoonoses, doenças que podem ser transmitidas entre humanos e animais. Neste contexto, a leishmaniose visceral canina (LVC), uma doença infecciosa grave que afeta cães e é causada por protozoários do gênero Leishmania, se destaca como uma zoonose de impacto na saúde pública, com ampla distribuição global, incluindo o Brasil. O estudo é um relato de caso de um cão de 4 anos da raça Pug, macho, não castrado de sete quilos, diagnosticado com leishmaniose visceral canina. O caso foi observado em uma clínica veterinária em Presidente Olegário, MG. O método de investigação envolveu coleta de dados, análise e avaliação da eficácia do tratamento. Durante a coleta de dados a tutora relatou que o cão havia perdido o apetite, apresentava coceira e lesões dérmicas na face, além de perda excessiva de pelo. Os exames revelaram trombocitopenia e erliquiose canina. Além disso, foram encontrados fungos nas lesões dérmicas do animal. O tratamento inicial prescrito não foi direcionado para a LVC, e incluiu doxiciclina, cetoconazol e um sabonete antifúngico. Após 15 dias, o animal não apresentou melhora, e suspeitou-se de leishmaniose visceral canina. O teste DPP® (teste imunocromatográfico que detecta anticorpos específicos contra o parasita) foi realizado e confirmou a suspeita, iniciando o tratamento específico que incluiu alopurinol, uma coleira repelente intermitente, além de vitaminas e suplementos. A combinação de tratamentos e vitaminas levou a melhorias significativas nas lesões do animal. A pesquisa ressalta a complexidade do diagnóstico e tratamento da LVC, além dos desafios econômicos e a importância da monitorização constante pelo veterinário. Esses achados realçam a relevância do estudo para a compreensão e gestão de zoonoses, destacando a necessidade de estratégias de controle eficazes em áreas onde a doença não é endêmica.