Bem-estar em cães mantidos em abrigo no município de Presidente Olegário - MG
Palavras-chave:
comportamento animal, indicadores de qualidade de vida, nutrição, saúdeResumo
O estudo foi conduzido no município de Presidente Olegário (MG), envolvendo animais mantidos pelo GAAPO (Grupo dos Amigos dos Animais de Presidente Olegário). Utilizou-se o Protocolo de Perícia em Bem-estar Animal (PPBEA), elaborado pelo Laboratório de Bem-estar Animal da Universidade Federal do Paraná (LABEA/UFPR), que abrange quatro categorias: comportamento, saúde, nutrição e conforto do animal, classificados como adequados, regulares ou inadequados. Na avaliação dos indicadores nutricionais, observou-se que a alimentação é oferecida abundantemente por meio de ração comercial, enquanto a água é disponibilizada em vasilhames espalhados pelo abrigo. O estado nutricional dos animais revelou uma predominância de bem-estar animal regular e adequado. No que se refere aos indicadores de conforto, constatou-se que a estrutura não oferece proteção adequada contra chuva e sol, apresentando problemas estruturais como trincas, buracos e falta de vedação em alvenaria. A análise dos parâmetros de indicadores de saúde revelou a presença de problemas de locomoção, hidratação e pelagem dos animais. Além disso, observou-se manifestações de emoções como felicidade e ansiedade na presença de pessoas desconhecidas. Os resultados indicam que, apesar de atender aos requisitos de bem-estar em indicadores relacionados ao comportamento, o abrigo mantido pela GAPOO não proporciona bem-estar geral para a maioria dos cães, devido a falhas nos requisitos nutricionais, de saúde e de conforto. Entre os 30 animais avaliados, 10 foram classificados com baixo grau de bem-estar geral, 19 como regular e 1 como alto. Nenhum animal foi classificado com bem-estar geral muito baixo ou muito alto. Isso evidencia que, embora os indicadores de comportamento estejam adequados, os aspectos de conforto, saúde e nutrição comprometem o bem-estar global dos cães do abrigo.