Efeito de diferentes fontes de volumosos sobre a morfo-histologia da mucosa intestinal e no rendimento de carcaça de coelhos
Palavras-chave:
Ceco, Fibra, Lagomorfo, Microvilosidades, Rendimento de carcaçaResumo
Coelhos permitem fibra em sua dieta, podendo causar alterações na morfo-histologia intestinal. Objetivou-se avaliar a interferência de diferentes fontes de volumoso na morfo-histologia da mucosa intestinal e no rendimento de carcaça de coelhos dos 35 a 80 dias. O trabalho foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais - CEUA - UNIPAM, sob o número de protocolo 76/21, e aprovado termo adendo em 20 de março de 2023 para prorrogação e ajuste metodológico. Foi alojado no Campo Experimental Canavial - UNIPAM Campus II, por 45 dias, 30 coelhos da raça Califórnia, machos e fêmeas, na fase crescimento/desmama (35 dias), submetidos ao Tratamento 1: ração, Tratamento 2: ração + 200 g de couve, e Tratamento 3: ração + 200 g de feno Tifton-85 tipo A. Ao final quatro animais de cada tratamento foram eutanasiados, avaliado o rendimento de carcaça, de alças intestinais, pH do ceco, altura de vilosidades (AV), profundidade de criptas (PC), relação AV: PC e submetidos à análise de variância a 5% de probabilidade, e, quando significativos, aplicados ao Teste Tukey utilizando o programa SISVAR; e quantificação de lesões da mucosa do duodeno e ceco por meio de estatística descritiva, através de frequência absoluta e relativa (%) utilizando o programa Excel da Microsoft. Foi verificado pH mais acidificado no tratamento com inclusão de couve (6,67) e feno (6,74) em comparação ao controle (7,14), mas sem prejuízo no rendimento de carcaça. Nos parâmetros histológicos observou-se alteração significativa na relação AV: PC no duodeno no tratamento controle (7,10μm) e no grupo alimentado com adição de feno (3,38μm), porém o impacto do fornecimento de feno foi semelhante ao fornecimento de couve (2,67μm). Este último apresentou resultados menos satisfatórios por ser um alimento fornecido in natura e, portanto, mais exigente quanto à absorção de seus componentes nutricionais. Sobre a quantificação de lesões, percebeu-se menor impacto no tratamento com inclusão de feno, sendo ausente hiperemia ou hiperplasia de glândulas no duodeno e no ceco dos animais alimentados com feno, e descamação de epitélio e ausência ou redução de criptas não observadas no ceco deste grupo (0%). No duodeno apenas 25% dos animais apresentaram redução de criptas e descamação de epitélio, e 50% apresentaram no duodeno e no ceco atrofia ou redução de vilosidades. Conclui-se que uma dieta vinda de alimentos não convencionais é rentável e menos impactante ao animal quando à base de algum tipo de feno.