Uso da laserterapia em caso de Paralisia Hemifacial de Bell
Resumo
Introdução: Paralisia facial de Bell (PB) ou Paralisia Facial, é o quadro, sem etiologia definida, que afeta o nervo facial, responsável por inervar músculos da face. Assim, o paciente acometido fica sem movimentação total ou parcial da face, perdendo também a percepção sensorial. É um quadro reversível e que existem terapias que auxiliam no seu tratamento, como a laserterapia, que utiliza um LASER de baixa potência com o objetivo de estimular as fibras nervosas, auxiliando na melhora do paciente. Relato de caso: A paciente J.A.M. apresentou-se ao Centro Clínico Odontológico (CCO) do UNIPAM com episódio de dor no dente 26 e, devido às condições clínicas, foi optado pela exodontia do elemento em questão. No momento da extração, devido à inflamação na região do elemento dental, foi necessária uma dosagem maior de anestésico e associação de múltiplas técnicas de anestesia maxilar. No momento da incisão, ocorreu drenagem positiva de secreção purulenta. Após a exodontia, foram passadas as devidas orientações pós-operatórias, porém a paciente manteve compressa fria por mais 5 dias além do que orientado e retornou com o quadro de paralisia hemifacial do lado esquerdo. Inicialmente foi prescrito Dexametasona e um complexo vitamínico (ETNA) e optou-se pelo uso de laser de baixa potência para auxiliar no tratamento. Em consulta com o quadro de professores e por toda a história e quadro clínico da paciente, sugeriu-se o diagnóstico de Paralisia hemi facial de Bell. Na mesma sessão iniciou-se a aplicação do LASER e instrução de pontos de estimulação nervosa. A aplicação de LASER seguiu o seguinte protocolo por três sessões, com intervalo de 48 horas: 2J/cm2 nos pontos verdes (região muscular) com LASER vermelho (HeNe, 635nm, 50mW, 72Hz). Nos pontos marcados com lápis branco foi empregado 2J/cm2 com LASER infravermelho (GaAlAs, 830nm, 50mW, 72Hz). Completando o protocolo, nos traçados brancos (correspondentes aos principais ramos do nervo facial) foi utilizado 1J/cm2, em varredura, com LASER vermelho, fazendo também aplicação intraoral na região da língua. Ao final das três sessões a paciente obteve melhora no quadro, com todos os movimentos da face recuperados e parte dos movimentos da língua. Discussão: Algumas formas de tratamento, como prescrição de medicamentos, estimulação nervosa e acupuntura ainda são discutidos na literatura, mas sem um protocolo definido. O uso dos LASERS de baixa potência como terapia para a PB tem comprovação científica de eficácia. Diferentes protocolos podem ser aplicados, no que se trata de local de exposição e potência do LASER. Também se obteve, no caso dessa paciente, um conforto maior no tratamento, visto que com a medicação prescrita ela estava se sentindo fraca, e, com a suspensão de alguns medicamentos e aplicação do LASER, se obteve uma melhora significativa no quadro e ela se sentiu menos fraca por não fazer associação de muitos medicamentos. Conclusão: Portanto, em quadros de PB, a aplicação do LASER é cientificamente e clinicamente eficaz, é um procedimento não doloroso e rápido, e pode ser usado tanto como terapia única, bem como associado a outras terapias, como as massagens e medicamentos.