Acessibilidade em eventos científicos na área de saúde por meio de ferramentas digitais
realidade ou utopia?
Resumo
Introdução: O ensino remoto online já era uma possibilidade existente antes da pandemia da COVID-19 se alastrar pelo mundo, impossibilitando qualquer forma de ensino-aprendizado que necessitasse de aglomeração de pessoas. Podemos assim alegar que, presentemente, a forma remota de aprender é uma realidade vigente nos dias atuais. Mas, o que ainda não se pode afirmar é que esses novos métodos são ou não inclusivos. Sabemos que no Brasil temos 46 milhões de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência, aproximadamente 23,9%, de acordo com o IBGE DE 2010, e foi anuída em 6,2%, cerca de 12,5 milhões de pessoas, pela PNS em 2013, que considerou os que possuem dificuldade grande ou total para enxergar, caminhar ou ouvir, incluindo os que relataram ter deficiência mental ou intelectual. Devido à falta de estudos que apontam a integralidade das plataformas e dos eventos nelas realizados e tendo esses dados populacionais, a indagação junto ao objetivo desta pesquisa é saber se o ensino remoto em todas as suas possibilidades está abrangendo o conteúdo para ser assistido e compreendido por essas pessoas. Objetivo geral: Avaliar a acessibilidade para eventos online nas páginas mais visitadas de saúde em Instagram, Facebook e Youtube. Objetivos específicos: Identificar quais os tipos de ferramentas utilizadas nos diferentes eventos em mídias sociais. Mensurar qual das ferramentas digitais (Facebook, Instagram e Youtube) apresenta eventos com maior número de acessibilidade. Metodologia: Elaborada utilizando a estratégia PICO. Será utilizado um formulário elaborado pelos próprios pesquisadores com a intenção de caracterizar os eventos realizados de maneira online na área de saúde, em seus aspectos de organização, presença de recursos de acessibilidade, identificação dos recursos e ferramentas de acessibilidade, quando presentes, público-alvo e tipo de evento. Eventos em área da saúde realizados entre abril de 2020 e abril de 2021, após a restrição epidemiológica decorrente da pandemia da COVID-19, com divulgação feita no Instagram, Facebook, Youtube e sites específicos de realização de eventos. Resultados e discussão: Ao identificar quais os tipos de ferramentas utilizadas nos diferentes eventos em mídias sociais, identificamos a plataforma YouTube. Divulgação de recursos de acessibilidade e recursos mais utilizados foi extensa e progressiva. Mídia de divulgação que obteve maior evidência foi o Instagram. Percebe-se, a partir dos eventos já levantados, que os cursos de Medicina foram os que mais promoveram eventos online, seguidos de perto pela Enfermagem. Na Odontologia, a maior parte dos eventos foram lives que, em sua maioria, não requeriam inscrições por plataformas. Conclusão: Conclui-se então que até o presente momento da pesquisa a acessibilidade em eventos online de saúde não está sendo valorizada e reconhecida, sendo ela ignorada na maioria dos projetos educacionais, evidenciando assim as dificuldades enfrentadas pelo portador de deficiência, mesmo se tratando de ferramentas digitais inovadoras e de tecnologia atual, onde é possível oferecer conteúdo para todas as pessoas de forma sintética e compreensível a falta de iniciativas em contribuição aos deficientes ainda são escassas.