Peri-implantite

o que o cirurgião-dentista precisa saber?

Autores

  • Gabriela Alves Rodrigues Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Isabela Alves Santana Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Pamela Carolina Caixeta Ferreira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Daniella Cristina Borges
  • Douglas Magalhães de Paula Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Resumo

Introdução: Na odontologia atual, as reabilitações implanto-suportadas estão em crescente uso, sendo consideradas, principalmente em casos unitários, a primeira opção. Assim, mesmo com taxas de sucesso consideravelmente altas, os implantes, após a instalação, estão vulneráveis às infecções e inflamações peri-implantares. Revisão de literatura: A peri-implantite é uma lesão inflamatória na mucosa peri-implantar caracterizada pela reabsorção óssea em torno do implante, sendo este o achado clínico e radiográfico mais comum. O principal fator etiológico para inflamação desses tecidos é a presença de biofilme, tendo como fatores de risco: um histórico prévio de doença periodontal, morfologia e qualidade do tecido gengival inadequados e implantes mal posicionados. Há também fatores predisponentes e modificadores, como diabetes mellitus, tabagismo e higiene bucal insatisfatória. Além disso, a peri-implantite também pode refletir uma falha da reabilitação como, por exemplo, a presença de componentes protéticos desadaptados e frouxos, excessos de cimento deixados após a instalação da prótese ou até mesmo sobrecontornos excessivos na região de união com o implante. Todas estas condições favorecerão o acúmulo de biofilme e a colonização do local por bactérias periodontopatogênicas, já que a região de união da coroa com o implante permanece em íntimo contato com a mucosa peri-implantar. Discussão: A mucosa peri-implantar apresenta características teciduais diferentes do tecido mole periodontal, possuindo um epitélio juncional mais alongado e com as fibras do tecido conjuntivo dispostas de forma paralela à superfície do implante, fatores estes que contribuem para uma menor resistência e vascularização tecidual, promovendo então uma resposta inflamatória mais intensa e de progressão rápida. Com relação à previsibilidade do tratamento da peri-implantite, a literatura relata que quando a doença se desenvolve pelo mesmo fator etiológico da doença periodontal, ou seja, em paciente já comprometido periodontalmente, o seu tratamento apresenta um prognóstico duvidoso, quando comparado ao tratamento de sítios peri-implantares de pacientes que já eram edêntulos antes do tratamento com implantes. O diagnóstico de doença peri-implantar inclui a detecção de sangramento e/ou supuração à sondagem, associadas com a reabsorção óssea na região do implante. De uma forma geral, o tratamento consiste na remoção dos fatores etiológicos, incluindo a correção e/ou eliminação das falhas técnicas no controle efetivo de placa bacteriana pelo paciente, na descontaminação mecânica e química do sítio peri-implantar e, em último caso, na correção cirúrgica das sequelas teciduais associadas a um novo tratamento da superfície contaminada do implante. Conclusão: Diante do aumento considerável das reabilitações com implantes, é de suma importância que o cirurgião-dentista seja capaz de identificar precocemente a doença peri-implantar, independentemente da sua especialidade, possibilitando assim resultados mais previsíveis dos tratamentos.

Biografia do Autor

Isabela Alves Santana, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Pamela Carolina Caixeta Ferreira, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Douglas Magalhães de Paula, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Mestre em Reabilitação Oral e docente

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Publicado

2023-02-28

Edição

Seção

Resumos