Influência do posicionamento dentário e dos fatores oclusais na etiologia da recessão gengival

revisão de literatura

Autores

  • Ana Caroline Soares Oliveira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Antônio Afonso Sommer Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Leonardo Bíscaro Pereira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Daniella Cristina Borges Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Resumo

Introdução: A recessão gengival (RG) é definida como o deslocamento apical da margem gengival em relação à junção amelocementária (JCE), estando associada à perda de inserção e à exposição da superfície radicular ao ambiente bucal. Pode estar presente em sítios específicos ou de forma generalizada. Além dos prejuízos estéticos, a RG favorece o acúmulo e dificulta o controle do biofilme, quando o local também apresenta uma lesão cervical não cariosa, aumentando a susceptibilidade à cárie radicular e também à hipersensibilidade dentinária. Revisão de literatura: A etiologia da RG é multifatorial, sendo que vários fatores podem estar envolvidos durante sua instalação e evolução, destacando-se doença periodontal, posição dentária anormal, fenótipo periodontal fino, trauma mecânico durante a escovação, problemas oclusais e movimentação ortodôntica excessiva. Estudos sugerem que existem grupos de dentes específico que são mais afetados por essa condição: incisivos inferiores, molares superiores e inferiores e pré-molares, sendo estes últimos os mais afetados. Histologicamente, a RG encontra-se associada à perda de tecido conjuntivo e osso alveolar do periodonto. Além do exame clínico e radiográfico, a tomografia computadorizada de feixe cônico também vem sendo utilizada como ferramenta de diagnóstico da RG. Com relação à posição dentária anormal e à presença da RG, a literatura destaca que o incorreto posicionamento do dente pode acarretar uma excessiva projeção vestibular deste elemento, contribuindo para o desenvolvimento de recessão gengival. O tratamento cirúrgico da RG é realizado a partir de enxertos gengivais e/ou deslizes de retalho, estando os melhores prognósticos relacionados com as regiões em que houve uma menor perda de inserção interproximal. Discussão: O tratamento da recessão gengival não deve estar relacionado apenas às cirurgias de recobrimento radicular, sendo que a previsibilidade da terapia está diretamente relacionada com o correto diagnóstico da etiologia da recessão gengival, sendo então possível classificar corretamente o grau de envolvimento e, consequentemente, estruturar planos de tratamentos com os melhores prognósticos. Além de bons resultados no procedimento cirúrgico de cobertura radicular, é fundamental que os outros fatores que contribuíram para a formação da RG também sejam tratados. A presença de forças contínuas aplicadas no sentido vestibular, quer seja por movimentações ortodônticas ou pela presença de traumas oclusais durante os movimentos excursivos, pode levar a reabsorção do osso alveolar no lado que sofre a pressão e, então, a margem gengival que acompanha deiscência óssea migra apicalmente. Neste aspecto, a correção do trauma oclusal ou até mesmo de contatos prematuros já existentes previamente deve ser também realizada. Conclusão: O tratamento da RG deve envolver uma abordagem interdisciplinar, onde ajustes oclusais e ou movimentação ortodôntica podem muitas vezes fazer parte do plano de tratamento.

Biografia do Autor

Ana Caroline Soares Oliveira, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Antônio Afonso Sommer, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutor em Odontologia e docente

Leonardo Bíscaro Pereira, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutor em Odontopediatria e docente

Daniella Cristina Borges, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutora em Imunologia e Parasitologia Aplicadas e docente

Downloads

Publicado

2023-02-28

Edição

Seção

Resumos