Cementoblastoma
Resumo
Introdução: Segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2005, o cementoblastoma ou cementoma verdadeiro é caracterizado por ser um tumor odontogênico benigno originário do ectomesênquima odontogênico e representa menos de 1% de todos os tumores odontogênicos. Aproximadamente 70% dos cementoblastomas ocorrem na mandíbula, com cerca de 45% dos casos associados aos molares permanentes, além de ser mais comumente encontrado em pacientes abaixo dos 30 anos de idade. Revisão de literatura: O presente trabalho se propõe a revisar as características clínicas e imaginológicas do cementoblastoma, de forma a auxiliar no diagnóstico diferencial e também nas suas formas de tratamento. O presente trabalho consiste de uma revisão narrativa de literatura, em que foram pesquisados artigos de 2018 a 2022, utilizando-se bases de dados como PubMed, Science.gov, plataforma Ebsco e SciELO, através das palavras-chave: comentoblastoma, diagnóstico e cementoma verdadeiro. Discussão: Mesmo possuindo semelhanças clínicas e histológicas com o osteoblastoma, o cementoma é caracterizado por ser uma neoplasia relativamente rara, formada pela aglomeração excessiva de tecido parecido com o cemento, que radiograficamente se apresenta como uma massa radiolúcida circular na raiz de um dente vital e, gradualmente, se torna radiopaca com borda radiolúcida. O diagnóstico diferencial do cementoblastoma se dá através de outras lesões, tais como o osteoblastoma, o odontoma, a displasia cementária, a hipercementose e a osteíte esclerosante. Normalmente o cementoma é descoberto através de exame radiográfico de rotina por ser uma lesão assintomática. Contudo, em casos sintomáticos existe uma maior facilidade de diagnóstico, explicada pela grande expansão óssea, causando dor e aumento de volume. Conclusão: Acredita-se que essa lesão é a única neoplasia verdadeira do cemento. Ela apresenta incidência entre 1 e 6,2% dentre os tumores odontogênicos, o que vem a torná-la rara. Apesar desta lesão apresentar sinais clínicos e radiográficos bastante sugestivos, é de suma importância que o profissional se atente para a necessidade da realização do exame histopatológico para o seu diagnóstico final. O melhor tratamento para este tipo de lesão consiste na remoção cirúrgica associada ao dente/dentes ou estruturas acometidas, seguida de curetagem completa da área ou osteotomia periférica de toda região.