Impacto das reabsorções externas causadas por erupções ectópicas na perda precoce de dentes decíduos

Autores

  • Júlia Fonseca Martins Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Eduarda Mello de Oliveira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Antônio Afonso Sommer Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Denise de Sousa Matos Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Resumo

Introdução: A reabsorção radicular se caracteriza pela perda de estrutura dentária na região radicular, constituindo uma lesão externa ou interna, proporcionando a diminuição ou encurtamento da raiz dentária. Pode ser uma condição associada a processos patológicos ou fisiológicos, resultando em perdas, tanto de dentina, cemento e em algumas situações, osso. Revisão de Literatura: A reabsorção interna é um processo que se origina na cavidade pulpar ou interior da raiz e estende-se até a dentina circundante e possui a seguinte divisão: inflamatória, de substituição e apical transitória. Já a reabsorção externa inicia-se na cervical do dente ou na superfície externa da raiz e pode ser dividida em: de superfície, inflamatória, substituição, cervical e apical transitória, podendo estar associada a alguns fatores, tais como, posição dental inapropriada, pressão, patologia periapical, tumores de crescimento rápido, entre outros. A reabsorção radicular dispõe de mecanismos fisiológicos que regulam todo o processo e, perante circunstâncias fisiológicas, existe um equilíbrio. Porém, em condições patológicas, os processos de reabsorção se sobrepõem, causando grandes destruições radiculares e podendo levar à perda do dente. Discussão: A reabsorção radicular externa inflamatória é mantida pela presença da inflamação subsequente ao trauma ou à presença de agente lesivo, evoluindo com a persistência do estímulo inflamatório. Um exemplo deste tipo de reabsorção é o que acontece nos casos de erupções ectópicas que, por pressão, ocasionam a reabsorção de raízes de dentes adjacentes. O primeiro molar permanente tem sido comumente relacionado com tal condição e é considerado ectópico quando a radiografia aponta impacto no teto do segundo molar decíduo e imagem sobreposta destes. Em casos menos frequentes, erupções ectópicas de pré-molares também podem reabsorver de maneira patológica as raízes de molares decíduos. Em ambos os casos, em consequência de uma posição dental inapropriada (agente lesivo), ocorre uma reabsorção radicular inflamatória e a coroa do germe permanente reabsorve, de maneira assimétrica, a raiz de um dente decíduo, tendo potencial de acarretar uma reabsorção ectópica, uma vez que a pressão exercida pelo folículo dos permanentes em erupção, e em posição ectópica, colabora para o início do processo de inflamação e reabsorção irregular das raízes dos dentes decíduos. Inicialmente, a reabsorção no dente decíduo origina-se na porção da raiz mais próxima ao dente permanente, que em geral se dá na raiz distal, e pode evoluir até atingir a câmara pulpar. Conclusão: Relatar sobre a reabsorção radicular, em especial por causas inflamatórias oriundas de erupções ectópicas de dentes permanentes exercendo pressão sobre dentes decíduos, é essencial para o desenvolvimento de uma visão abrangente dos mecanismos fisiopatológicos, contribuindo para a conscientização sobre o assunto e um possível diagnóstico precoce, além de melhorar o prognóstico a longo prazo, evitando a perda prematura dos dentes decíduos e intervenções de maior complexidade.

Biografia do Autor

Júlia Fonseca Martins, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Eduarda Mello de Oliveira, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Antônio Afonso Sommer, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutor em Ortodontia e docente

Denise de Sousa Matos, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutora em Odontopediatria e docente

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Publicado

2023-02-28

Edição

Seção

Resumos