Tratamento da Classe II com Ortopedia Funcional dos Maxilares
Resumo
Introdução: A Classe II de Angle representa um tipo de maloclusão muito frequente e que afeta a função e a estética. Caracteriza-se por uma discrepância dentária anteroposterior, seja por projeção da maxila, retrusão da mandíbula ou uma combinação de ambas. A maloclusãode Classe II do tipo I pode apresentar trespasses horizontal e vertical acentuados, deixando o paciente mais exposto a traumas dentários. A Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM) oferece recursos para a interceptação dessa maloclusão durante a fase de crescimento. Relato de caso clínico: O paciente C. G. S., do gênero masculino, de 13 anos de idade, compareceu ao Centro Clínico Odontológico (CCO) com uma fratura coronária no dente 11, com envolvimento pulpar. Após endodontia e restauração, o paciente foi encaminhado para tratamento da maloclusão de Classe II, divisão 1, marcada por acentuadas retrusão mandibular e inclinação vestibular dos incisivos superiores, com comprometimento do selamento labial. Uma relação de mordida telescópica por inclinação vestibular do dente 14 também estava presente. Trespasses vertical e horizontal acentuados expunham os incisivos a traumas, como o que determinou a fratura no elemento 11. Apesar da marcada inclinação vestibular, ainda assim havia apinhamento dos incisivos superiores. A análise da documentação ortodôntica apontou a necessidade de estímulo ao crescimento mandibular e à expansão maxilar. Planejou-se a correção com um aparelho Bionator de Balters com expansor palatino. A mordida construtiva foi planejada em duas etapas, devido à grande discrepância anteroposterior. Decorridos apenas três meses de uso do aparelho, já é possível observar melhora significativa na relação entre as arcadas e um princípio de correção da inclinação dos incisivos superiores e descruzamento da mordida telescópica. Discussão: O Bionator de Balters é reconhecidamente um aparelho ortopédico eficaz para o tratamento da Classe II, divisão 1, e este caso está reforçando sua capacidade de promover avanço mandibular. Após 3 meses de uso, com um protocolo de ativação semanal do expansor palatino e ajustes na barra vestibular e no escudo direito, este último visando lingualizar o dente 14, houve notada melhora na relação anteroposterior e no perfil facial do paciente. Conclusão: Os resultados satisfatórios podem ser atribuídos a um criterioso planejamento e correta indicação do aparelho ortopédico. O caso possuía as características ideais para OFM, pois o paciente se encontrava no surto de crescimento puberal e estava altamente motivado para o tratamento, fator fundamental para a necessária colaboração com o uso correto do aparelho.