Sucesso do retratamento endodôntico não cirúrgico: uma revisão de literatura
Resumo
Introdução: O retratamento endodôntico é uma intervenção terapêutica indicada para corrigir falhas decorrentes de tratamentos endodônticos prévios. Seu objetivo primordial é alcançar o sucesso clínico e biológico, restaurando as estruturas envolvidas no sistema de canais radiculares. Esse procedimento envolve a remoção cuidadosa do material obturador anterior e o controle da microbiota por meio de reinstrumentação, visando a reobturação tridimensional dos canais radiculares para criar um ambiente desfavorável ao crescimento microbiano. O sucesso do retratamento endodôntico pode variar significativamente na literatura devido a diferentes metodologias empregadas e períodos de acompanhamento. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é avaliar o sucesso do retratamento endodôntico utilizando técnicas não cirúrgicas em diferentes intervalos de tempo. Revisão de literatura: O retratamento endodôntico é frequentemente indicado devido a diversas causas, sendo a presença de micro-organismos uma das mais comuns. Entre esses microrganismos, o Enterococcus faecalis é especialmente prevalente, muitas vezes associado à má instrumentação, inadequada irrigação e infiltração coronária. Além disso, fraturas coronorradiculares e iatrogenias também podem demandar retratamento endodôntico. Um fator importante a considerar é o intervalo de tempo entre o retratamento e a avaliação subsequente, pois quanto maior esse intervalo, maiores as chances de insucesso. Estudos indicam taxas de permanência do dente em função após retratamento endodôntico, sendo aproximadamente 90% após 24 meses, 86,8% após 48 meses e 85% após 72 meses. Discussão: O retratamento endodôntico é reconhecido como um procedimento eficaz para corrigir falhas do tratamento endodôntico prévio. No entanto, as taxas de sucesso podem variar dependendo de diversos fatores. Notavelmente, casos em que o tratamento inicial foi inadequado tendem a apresentar taxas de sucesso mais elevadas, pois falhas grosseiras podem ser facilmente detectadas e corrigidas durante o retratamento. Por outro lado, casos inicialmente tratados de forma adequada podem apresentar taxas de sucesso mais reduzidas, uma vez que as falhas podem ser mais sutis e difíceis de identificar. Além disso, o selamento coronário após o retratamento endodôntico pode afetar a longevidade do tratamento. Problemas relacionados aos materiais restauradores utilizados, como a microinfiltração, podem ocorrer e permitir a recontaminação do sistema de canais radiculares, comprometendo assim o sucesso a longo prazo do retratamento. Conclusão: A literatura pesquisada demonstra que o fator tempo é inversamente proporcional à taxa de sucesso dos retratamentos e as falhas no selamento coronário influenciam de maneira negativa no sucesso dos mesmos, sendo necessárias novas pesquisas para melhor elucidar os mecanismos de falhas e propor tratamentos mais eficazes.