Sífilis
aspectos clínicos, manifestações orais, diagnóstico e tratamento
Resumo
Introdução: A sífilis é uma infecção bacteriana causada pelo Treponema pallidum, transmitida principalmente de forma horizontal por contato com sangue infectado ou durante as relações sexuais desprotegidas; e de forma vertical na gestação ou no momento do parto. O presente trabalho justifica-se pelo crescente e silencioso aumento da incidência de sífilis, sendo o cirurgião-dentista um profissional da saúde que pode desempenhar um papel crucial no reconhecimento das manifestações intraorais da doença. O diagnóstico da sífilis é realizado por meio de testes sanguíneos treponêmicos e não treponêmicos, com a disponibilidade do teste rápido nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento padrão consiste no uso da penicilina, que é eficaz em todos os estágios da doença. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão da literatura abordando as formas de transmissão da sífilis, suas características clínicas e as consequências da sífilis congênita para os recém-nascidos. Revisão da literatura: A pesquisa bibliográfica foi conduzida nas bases de dados Scielo e Google Acadêmico, abrangendo o período de 2019 a 2023. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: “Sífilis”, “Sífilis congênita” e “Transmissão vertical”. Discussão: A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, podendo também ser transmitida pela via hematogênica ou da mãe para o bebê durante a gestação ou o parto. Caracteriza-se por uma evolução lenta e pode ser dividida em três fases distintas. Na fase primária, observa-se a presença do cancro, uma lesão única, indolor e potencialmente contaminante, geralmente localizada no local de entrada da bactéria no organismo. A fase secundária é caracterizada pela disseminação da infecção no corpo, acompanhada pelo aparecimento de lesões cutâneas e mucosas, febre, dor muscular e outros sintomas sistêmicos. Já na fase terciária, podem surgir lesões graves, como a goma, que são inflamações granulomatosas crônicas, e a glossite luética, que afeta a língua. Além dessas fases, existe a sífilis congênita, transmitida da mãe para o feto durante a gestação. Essa forma da doença pode resultar em óbito fetal, aborto ou sequelas irreversíveis para o recém-nascido. A transmissão pode ocorrer em qualquer fase da gestação, sendo mais comum nos estágios primário e secundário. Características clínicas típicas incluem erupções cutâneas, anomalias dentárias e perda auditiva, conhecidas como a tríade de Hutchinson. O tratamento da sífilis congênita é baseado no uso de penicilina, com a posologia variando de acordo com o estágio da doença (precoce ou tardio). O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e reduzir o risco de transmissão da doença para o bebê. Conclusão: A sífilis é uma doença infecciosa que pode levar a consequências irreversíveis, mas é curável se detectada de forma precoce, portanto é de extrema importância a conscientização das pessoas sobre as manifestações da doença, a prevenção e o tratamento minimizando o impacto e a incidência desta doença na população.