Confiabilidade do teste térmico ao frio no diagnóstico das alterações pulpares de dentes permanentes maduros
uma revisão de literatura
Resumo
Introdução: O êxito do tratamento endodôntico repousa em um diagnóstico preciso, o qual frequentemente se vale de recursos semiotécnicos, incluindo testes de sensibilidade pulpar. Entre os mais amplamente empregados estão o teste pulpar térmico (TPT) e o teste pulpar elétrico (TPE), com destaque para o teste pulpar ao frio, amplamente adotado por cirurgiões-dentistas. Este último método incita uma reação dolorosa no paciente mediante a estimulação direta das fibras nervosas da polpa, particularmente as do tipo C. O propósito deste estudo é revisar criticamente a confiabilidade do teste pulpar ao frio na avaliação da necessidade de tratamento endodôntico decorrente de degeneração do tecido pulpar. Revisão de literatura: Na endodontia, a obtenção de um diagnóstico histológico do tecido pulpar muitas vezes requer a extirpação do tecido, tornando imperativo o emprego de métodos diagnósticos alternativos para orientar a terapia endodôntica, sem a necessidade de exposição pulpar. O diagnóstico preciso é crucial para o planejamento terapêutico eficaz. O teste pulpar ao frio (TPF) surge como uma ferramenta valiosa nesse contexto, devido à sua simplicidade e aplicabilidade. Pode ser realizado mediante a aplicação de substâncias refrigerantes, como água fria, bastões de gelo ou agentes como cloreto de etila, tetrafluoroetano ou butano/propano, além do uso de bastão de neve carbônica. A aplicação do resfriamento na superfície dentária induz uma alteração significativa de temperatura, visando provocar uma resposta dolorosa. A avaliação cuidadosa da intensidade e duração da dor proporciona insights cruciais para a tomada de decisão terapêutica. É importante ressaltar que a avaliação da dor é uma experiência individualizada e deve ser sempre comparada com a resposta de um dente homólogo ou adjacente, nunca entre diferentes indivíduos. A ausência de resposta ao estímulo sugere a possibilidade de necrose pulpar, o que deve ser confirmado por meio de testes complementares, como o teste de cavidade. Discussão: O agente térmico frio demonstra eficácia ao estimular a unidade sensorial pulpar, constituindo-se como um método de rápida execução. A confiabilidade do teste de sensibilidade pulpar ao frio é elevada quando associada aos exames clínicos e radiográficos. É importante destacar a possibilidade de ocorrência de respostas falso-negativas e falso-positivas, especialmente em casos de restaurações extensas, traumatismo dentário, atresia da câmara pulpar, processo de rizogênese incompleta e necrose parcial do tecido pulpar. Essas condições podem induzir modificações fisiológicas e/ou patológicas que interferem no diagnóstico endodôntico. Conclusão: A partir desta revisão, conclui-se que o teste de sensibilidade ao frio é amplamente utilizado pelos clínicos como uma ferramenta auxiliar na determinação do diagnóstico pulpar, o que facilita a seleção do tratamento mais apropriado. Este método demonstra ser altamente confiável, conforme evidenciado por dados que corroboram sua eficácia na avaliação da sensibilidade e na obtenção de respostas positivas/negativas.